BSM — A nova ferramenta de verificação de fatos inaugurada no canal do Whatsapp do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, conta com o conteúdo de agências polêmicas, entre elas a agência Aos Fatos, que já foi condenada a indenizar dois veículos por alegações falsas e acusações enganosas de "fake news".
Financiadas por iniciativas internacionais que incluem projetos das big techs Meta, dona do Facebook e Whatsapp, e Google, as agências de checagem, como são conhecidas, ficaram famosas por emitir julgamentos suspeitos de desinformação e de priorizarem conteúdos conservadores e contrários ao governo.
Na parceria, chamada de Tira-Dúvidas do TSE, o tribunal presidido por Moraes divide a consulta com quatro principais agências: AFP Checamos, Agência Lupa, Aos Fatos, Estadão Verifica, das quais o tribunal repassa o conteúdo ao eleitor que pesquisa no canal do Whasapp. Em geral, o conteúdo dessas agência é semelhante ou idêntico e se dirige a confrontar declarações ou informações que circulam entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
A agênca Aos Fatos, por exemplo, foi alvo de duas condenações por conta de falsas acusações de desinformação. As agências miram conteúdo e declarações de perfis, páginas e sites menores. No entanto, algumas vezes acabam enfrentando veículos que reagiram judicialmente.
Em maio de 2022, Aos Fatos foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil ao site Jornal da Cidade Online por acusá-lo falsamente de fazer parte de uma “rede articulada de desinformação”. Na decisão, que foi proferida pela 5ª Vara Cível da Comarca de Passo Fundo (RS), a Aos Fatos também foi intimada a remover a suposta checagem, sob pena de multa diária de R$ 500.
A mesma agência foi condenada pela 41ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a pagar uma indenização no valor de R$ 50 mil à Revista Oeste por danos morais após ter classificado erroneamente duas reportagens do veículo como fake news.
O jornal Gazeta do Povo também já foi alvo de falsas acusações das agências e publicou respostas no próprio veículo.
Caça às bruxas
A parceria do TSE para checagem de conteúdo disseminado no Whatsapp alega pressão de redes sociais para ampliar a censura e fiscalização no aplicativo em período eleitoral. A mesma alegação é feita por big techs como a Meta, o que tem justificado iniciativas polêmicas vistas como perseguição política em período eleitoral.
Recentemente, o atual presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, autorizou buscas da Polícia Federal em uma operação contra empresários que faziam críticas e opiniões políticas em um grupo do aplicativo de mensagens.
A operação de caça aos empresários foi motivada por uma reportagem do site de esquerda Metrópoles, que acusou os empresários de "pregar golpe de estado se Bolsonaro perdesse a eleição". Mais tarde, soube-se que a operação havia sido feita a partir de pedidos do partido Rede de Sustentabilidade, através do senador oposicionista Randolfe Rodrigues, que em áudio admitiu ter "tranquilidade" em relação a pedidos apreciados pelo ministro Alexandre de Moraes.
Exército de advogados
A Meta, empresa dona do Facebook e Whatsapp, anunciou ter montado um verdadeiro exército de advogados para lidar com pedidos e recursos de candidatos contra a atividade checadora financiada e mantida pela gigante de tecnologia.
"Temos uma equipe de 200 advogados para atender justiça eleitoral", disse à Reuters o chefe de políticas públicas para o WhatsApp no Brasil, Dario Durigan. ( Artigo originalmente em Brasil Sem Medo )
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