Um estudo comparando quase 2 milhões de meninas adolescentes vacinadas e não vacinadas com mais de 10 anos descobriu que as meninas vacinadas com uma vacina quadrivalente contra o HPV tinham 4,4 vezes mais chances do que suas contrapartes não vacinadas de desenvolver artrite reumatoide.
As meninas vacinadas receberam uma vacina quadrivalente que visa quatro cepas de HPV, e os resultados mostraram que elas tinham uma maior probabilidade de desenvolver as seguintes doenças autoimunes em comparação com as não vacinadas:
- 4,4 vezes mais chances de desenvolver artrite reumatoide
- 2,76 vezes mais chances de desenvolver artrite idiopática juvenil
- 2,86 vezes mais chances de desenvolver tireotoxicose
- 2,54 vezes mais chances de desenvolver púrpura trombocitopênica idiopática
Embora o estudo não tenha mencionado o nome da vacina quadrivalente utilizada, ela é amplamente aplicada globalmente, com exceção dos Estados Unidos. Essas vacinas têm como alvo quatro cepas de alto risco de HPV, enquanto a vacina Gardasil 9 da Merck, distribuída nos EUA, visa nove cepas.
O estudo destacou que as taxas de vacinação contra o HPV na Colômbia são baixas devido a vários fatores, incluindo falta de acesso ao sistema de saúde, desinformação pública e desconfiança exacerbada após relatos de sintomas adversos em meninas vacinadas.
Brian Hooker, diretor científico da Children's Health Defense (CHD), comentou sobre os resultados, enfatizando a necessidade de uma investigação mais ampla para determinar a segurança da vacina. Ele ressaltou que as taxas significativamente mais altas de doenças autoimunes entre as meninas vacinadas merecem atenção.
O estudo colombiano acrescenta-se a uma crescente literatura científica que destaca possíveis associações entre a vacinação contra o HPV e condições autoimunes, conforme observado em estudos revisados por pares realizados em vários países, incluindo EUA, Austrália, Dinamarca, Suécia, França, Japão e Colômbia.
Apesar dos compromissos globais para expandir a vacinação contra o HPV, o estudo lança luz sobre preocupações sobre a segurança e eficácia dessas vacinas. O debate sobre os benefícios versus os riscos da vacinação contra o HPV continua, destacando a importância de uma abordagem cautelosa e baseada em evidências na promoção da saúde pública.
O estudo foi publicado coincidentemente durante o Fórum Global de Eliminação do Câncer do Colo do Útero, realizado na Colômbia, onde foram anunciados grandes investimentos em vacinação, triagem e tratamento globais. Esses eventos ressaltam a necessidade urgente de um diálogo aberto e transparente sobre a segurança das vacinas e seus potenciais impactos na saúde pública.
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