Os pesquisadores procuraram distinguir entre aqueles que realmente morreram de COVID-19 e aqueles que morreram com COVID-19, mas que foram incluídos nas estatísticas de mortalidade do vírus nos Estados Unidos. Para tal, calcularam um fator de ajuste de supernotificação e compararam a proporção de relatórios de COVID-19 como causa múltipla (contribuinte) de morte versus causa básica nas certidões de óbito de 2020 a 2022. Além disso, examinaram como “pneumonia e gripe” foram reportadas de 2010 a 2022.
Os dados indicam que a COVID-19 foi sistematicamente supernotificada como causa básica de morte durante a pandemia, em média, três vezes mais do que a gripe e pneumonia para todas as idades, e especialmente entre as idades de 15 a 54 anos. Enquanto apenas cerca de um terço das mortes por gripe e pneumonia foram notificadas como causas subjacentes, quase todas as mortes relacionadas à COVID-19 foram registradas como “mortes por COVID-19”.
Consequências e Impactos da Supernotificação
Esta supernotificação teve implicações significativas, incluindo a inflamação do medo público e justificativas para medidas rigorosas de saúde pública, como lockdowns e mandatos de vacinação. Edward Dowd, fundador da Phinance Technologies, destacou que apenas cerca de 30% das mortes relatadas por COVID-19 eram realmente "de COVID-19" como causa subjacente. Este dado revela uma discrepância importante entre as mortes causadas diretamente pelo vírus e aquelas onde o vírus estava presente, mas não foi a causa principal da morte.
Os Estados Unidos utilizam o sistema de classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para categorizar e codificar dados de mortalidade. A metodologia da OMS para identificar mortes relacionadas com a COVID-19 foi amplamente criticada por lançar uma rede muito ampla, potencialmente contribuindo para uma notificação excessiva. De acordo com um relatório do CDC, a COVID-19 foi a única causa em apenas cerca de 5% das mortes listadas como relacionadas ao vírus.
Incentivos financeiros e a pressão para registrar testes positivos à COVID-19 podem ter contribuído para esta notificação excessiva. Desde o início da pandemia, a Casa Branca e outras autoridades de saúde assumiram uma abordagem liberal à mortalidade relacionada à COVID-19, considerando qualquer morte com um teste positivo como uma morte por COVID-19, independentemente das condições subjacentes.
COVID longa e a Continuação da Notificação Excessiva
A orientação do CDC também permite que a COVID longa seja registrada como uma causa básica de morte. Isso inclui sinais, sintomas e condições que continuam após a infecção aguda por COVID-19, podendo durar semanas, meses ou anos. Este critério amplamente definido permitiu que mortes relacionadas a sequelas pós-agudas da infecção fossem incluídas nas estatísticas de mortalidade da COVID-19, inflacionando ainda mais os números.
Reflexão sobre as Vacinas e a Transparência da Informação
A desconfiança gerada por esta supernotificação afeta também a percepção pública sobre as vacinas contra a COVID-19. Enquanto vacinas foram promovidas como essenciais para controlar a pandemia, a falta de transparência e a manipulação dos dados de mortalidade podem ter minado a confiança do público nas autoridades de saúde e na grande mídia.
O relato de mortes e efeitos adversos associados às vacinas foi, em muitos casos, subnotificado ou desqualificado, criando uma narrativa de segurança que pode não refletir a realidade. A revelação de dados inflacionados sobre a mortalidade da COVID-19 e a manipulação da informação pela mídia e autoridades de saúde sugerem a necessidade de uma revisão crítica das políticas e práticas adotadas durante a pandemia.
Para restaurar a confiança pública, é fundamental que a transparência e a precisão na comunicação dos dados sejam priorizadas. Só assim será possível garantir que futuras respostas a crises de saúde pública sejam baseadas em informações verídicas e que a confiança nas vacinas e nas autoridades de saúde seja recuperada.
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