A Consolidação da grande mídia e a ilusão da escolha

A grande mídia brasileira, que muitos ainda chamam erroneamente de imprensa está consolidada a tal ponto que existem apenas um pequeno grupo controla


A Consolidação da grande mídia e a ilusão da escolha

A grande mídia brasileira, que muitos ainda chamam erroneamente de imprensa está consolidada a tal ponto que existem apenas um pequeno grupo de oligarcas no controle de praticamente todo o fluxo de informações. Isso é altamente ameaçador, a medida que o controle permanece nas mãos de um pequeno grupo de oligarcas. A informação livre é essencial para manter a democracia e a livre expressão. Apenas c
inco famílias são donas da metade dos 50 veículos de comunicação de massa com maior audiência no Brasil. 

O consumidor é alimentado com a ilusão de escolha, mas na realidade, há um pequeno punhado de indivíduos da elite agora ditando o que você vê, ouve, lê e, em última análise, pensa. Essa consolidação da grande mídia coloca um estrangulamento no fluxo de informações em nossa sociedade e está ameaçando nossa capacidade de saber a verdade.

A grande mídia recebe milhões de reais de megacorporações em publicidade, é, por isso que é sustenta pela audiência, mas com uma enxurrada de propagandas dos seus contribuintes, e jornalismo propagandista, entre outros marketings para favorecer os interesses corporativos dos tais, isso significa, que megacorporações tem um auto grau de controle sobre a grande mídia e rádios, em outras palavras controle sobre o que é permitido distribuir para o público. 

Lembre-se de que é apenas um “bom negócio” promover de forma cruzada seus outros empreendimentos, mesmo que isso prejudique a integridade de suas “notícias”. Como corporações com fins lucrativos, isso significa publicar peças que promovem a agenda de alto nível de seus proprietários corporativos ou censurar informações que possam prejudicar seus anunciantes e aliados políticos (como da grande indústria farmacêutica, um  dos maiores contribuintes da mídia convencional em publicidade.)

A oligarquia por trás da grande mídia


Segundo um estudo de 2017, da organização Repórteres Sem Fronteiras e o grupo Intervozes apresentaram o relatório “Monitoramento da Propriedade da Mídia no Brasil”  (Media Ownership Monitor/Brasil – MOM) -  Os 50 meios de comunicação com maior audiência no Brasil pertencem a 26 grupos empresariais: nove são do Grupo Globo; cinco do Grupo Bandeirantes; cinco de Edir Macedo (considerando a Rede Record e os meios de comunicação pertencentes à Igreja Universal do Reino de Deus); quatro da RBS; e três do Grupo Folha. Os grupos Estado, Abril e Editorial Sempre Editora/Sada controlam, cada um, dois dos veículos de maior audiência. Os demais grupos possuem apenas uma das mídias pesquisadas.

As emissoras de rádio e televisão são organizadas em redes nacionais, em que afiliadas locais retransmitem programação da empresa-mãe. “A propriedade das empresas de comunicação reflete esta hierarquia da transmissão do conteúdo. As afiliadas pertencem a políticos locais ou mantêm fortes laços com eles, o que reforça as relações de poder entre as oligarquias locais e a sede dos grupos, em São Paulo”, dizem os responsáveis pelo estudo.

Os donos da audiência da grande mídia


Como principal meio de comunicação de massa no Brasil, a TV concentra altos índices de audiência. Mais de 70% do público nacional é compartilhado entre quatro grandes redes televisivas: Globo – com 36,9% do total da audiência –, SBT (com 14.9%), Record (com 14,7%) e Band com (4,1%).

O estudo mostra, ainda, que a concentração da audiência se estende aos mercados de mídia impressa e online. A soma da audiência dos quatro principais veículos, em ambos os segmentos, é superior a 50%.

Em rádio, a audiência local é menos concentrada e mais relacionada a dinâmicas de cada cidade. As emissoras de rádio, no entanto, também são organizadas em redes nacionais, que transportam grande parte do conteúdo das emissoras-mães. Das 12 grandes redes de rádio, três pertencem ao Grupo Bandeirantes de Comunicação e duas ao Grupo Globo.

Outra questão abordada no estudo é a da propriedade cruzada, ou seja, quando um mesmo grupo controla emissora de rádio, televisão, jornais e portais na web. No Brasil não há dispositivos legais que impeçam este fenômeno. Ao contrário, “a comunicação de massa se constituiu com base na propriedade cruzada, o que reforça a concentração da propriedade nas mãos de um pequeno número de grupos. Isto se aplica tanto ao nível nacional como estadual e local”, declaram os responsáveis pela pesquisa.

As empresas e políticos controlam - tudo é negócio


Além de apresentar quem são os grupos de mídia que detêm mais audiência e falar sobre suas extensões, o Monitoramento da Propriedade da Mídia no Brasil mostra quem são os proprietários por trás da comunicação destas empresas, o que inclui pessoas muito próximas a políticos e donos de fundações privadas como bancos, siderúrgicas e igrejas.

De acordo com a Constituição Federal (art.54), políticos titulares de mandato eletivo não podem ser sócios ou associados de empresas concessionárias do serviço público de radiodifusão. Apesar disso, 32 deputados federais e oito senadores controlam meios de comunicação, ainda que não sejam seus proprietários formais.

Em diversos estados brasileiros, os maiores impressos, as afiliadas das grandes redes de TV e estações de rádio são controlados por empresas que representam diretamente políticos ou famílias com uma tradição política – geralmente proprietárias de empresas em mais de um setor da mídia. Como reproduz a concentração da propriedade da terra no Brasil, esse fenômeno é definido, por pesquisadores, como “coronelismo eletrônico”.

Ex-deputado federal e atual prefeito de Betim (MG), Vittorio Medioli (PHS) é um destes políticos. Sua mulher e sua filha gerenciam os negócios de mídia do Grupo Editorial Sempre Editora, que publica cinco jornais – entre o Super Notícias e O Tempo –, tem um portal de internet, um canal de webTV e uma estação de rádio FM.

“A família Macedo, que controla o grupo Record e a Igreja Universal do Reino de Deus, também domina um partido político, o Partido Republicano Brasileiro (PRB), que conta com um ministro no governo federal, um senador, 24 deputados federais, 37 deputados estaduais, 106 prefeitos e 1.619 vereadores”, informam os responsáveis pelo estudo que cita, ainda famílias como os Câmara (Goiás e Tocantins), Faria e Mesquita (São Paulo).
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