Estudos destacam eficácia do ômega-3 e vitaminas do complexo B no tratamento da depressão

Revisões apontam nutrientes que ajudam na redução de sintomas depressivos, especialmente em pacientes com inflamação ou deficiências nutricionais

Estudos destacam eficácia do ômega-3 e vitaminas do complexo B no tratamento da depressão
Em resposta à crescente busca por tratamentos, estudos recentes investigaram o papel do ômega-3, vitaminas do complexo B, S-adenosilmetionina (SAMe) e metilfolato, na gestão da depressão e na preservação da função cognitiva. Os ácidos graxos ômega-3, particularmente o EPA (eicosapentaenoico), foram amplamente discutidos como agentes promissores no manejo da depressão.

Uma revisão de 2024 publicada no International Journal of Integrative Sciences destacou as propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras do ômega-3, que contribuem para a melhora do humor em pacientes com transtornos depressivos.

O estudo apontou que o EPA auxilia na redução da inflamação cerebral e na estabilização das membranas neuronais, promovendo sinapses mais saudáveis e reduzindo sintomas depressivos​.


Além disso, uma revisão abrangente de 2024 publicada na Nutrients analisou dados de 14 ensaios clínicos randomizados e concluiu que o EPA, especialmente em altas doses e em combinações com DHA (ácido docosa-hexaenoico), demonstrou eficácia em casos de depressão associados a marcadores inflamatórios elevados.

Diretrizes globais, como as da World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP), também reconhecem o papel do ômega-3 como tratamento adjuvante no cuidado da depressão​.

Vitaminas do complexo B e sua relação com transtornos mentais


As vitaminas B também ganharam destaque nos estudos. O complexo B desempenha um papel fundamental no metabolismo energético, na síntese de neurotransmissores e na regulação do humor. Uma meta-análise de 2024 publicada na revista Cureus investigou a suplementação de vitamina B12 e sua relação com sintomas depressivos e declínio cognitivo.

Após revisar nove estudos randomizados, os autores concluíram que a suplementação não apresentou efeitos significativos em populações gerais, com resultados indicando ausência de impacto tanto na função cognitiva quanto nos sintomas de depressão. No entanto, o estudo ressaltou que a deficiência de vitamina B12 está fortemente associada a maiores riscos de depressão, especialmente em idosos.

A correção dessas deficiências demonstrou resultados positivos em indivíduos com níveis reduzidos do nutriente​


Outra pesquisa, publicada em 2024 na Educational Administration: Theory and Practice, revisou a associação entre deficiências de vitaminas B e transtornos como ansiedade e estresse. A análise incluiu 28 estudos e concluiu que a deficiência de B6, B9 (folato) e B12 está diretamente relacionada ao aumento de níveis de homocisteína, composto associado à piora do humor e ao risco de transtornos depressivos.

A suplementação de 90 dias com vitaminas do complexo B resultou em melhora nos sintomas de estresse, ansiedade e cansaço em indivíduos com deficiência comprovada​.
SAMe e metilfolato como aliados no tratamento da depressão

A S-adenosilmetionina (SAMe) e o metilfolato também foram destacados como coadjuvantes promissores no tratamento da depressão.


A SAMe, um composto natural envolvido na síntese de neurotransmissores como serotonina e dopamina, mostrou eficácia nos ensaios clínicos revisados pela Nutrients.

O metilfolato, uma forma ativa do folato, foi igualmente eficaz em doses elevadas. Esses nutrientes demonstraram ser mais eficazes em pacientes com depressão resistente, conforme indicado por ensaios clínicos randomizados​.

Limitações e variações dos resultados


Embora os estudos revisados tenham apontado benefícios promissores, os resultados foram variados, dependendo das populações analisadas e das condições específicas de saúde.

A meta-análise publicada na Cureus, por exemplo, destacou que a suplementação de vitamina B12 mostrou benefícios limitados em populações sem deficiências nutricionais evidentes. Resultados semelhantes foram observados com o ômega-3, cuja eficácia foi mais significativa em pacientes com inflamação elevada, reforçando a necessidade de tratamentos personalizados​​.

Os autores dos estudos também enfatizaram a importância de considerar fatores como dosagem, duração do tratamento e combinações de nutrientes para otimizar os resultados.

No caso do ômega-3, a proporção ideal de EPA para DHA e o uso em populações com marcadores inflamatórios elevados foram determinantes para os resultados positivos.

Já as vitaminas do complexo B e o metilfolato mostraram maior impacto em indivíduos com deficiências específicas ou condições inflamatórias subjacentes​​​.


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