A indústria dos refrigerantes e açúcar enfrenta hoje um cenário semelhante ao das indústrias do tabaco de décadas atrás, em meio a uma epidemia global de obesidade. Com uma lata de refrigerante convencional contendo em média 40 gramas de açúcar — superando os 25 gramas diários recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) — o consumo dessas bebidas está no centro das preocupações sobre saúde pública.
Alguns países têm aumentado os impostos sobre produtos açucarados, enquanto outros cogitam incluir mensagens de alerta nas embalagens, como já ocorre com os cigarros. Em resposta às críticas, grandes fabricantes como Coca-Cola e PepsiCo adotaram estratégias de “rebranding” e financiamentos a organizações de saúde.
Um estudo recente publicado na American Journal of Preventive Medicine revela que essas empresas patrocinaram 96 organizações nos EUA, incluindo a Associação Americana de Diabetes e a Sociedade Americana do Câncer, com o intuito de suavizar críticas ao impacto dos refrigerantes na saúde e limitar o apoio a políticas regulatórias contra o açúcar.
O financiamento direcionado a instituições de renome — como a Associação Médica Americana (AMA) e universidades prestigiadas como Harvard — sugere uma tentativa de mitigar o impacto negativo na reputação da indústria.
Entre as organizações financiadas pela Coca-Cola, destaca-se a Save the Children, que até 2010 apoiava impostos sobre bebidas açucaradas. Após receber mais de cinco milhões de dólares, a ONG mudou de posição, embora afirme que a prioridade passou a ser a educação infantil, desvinculando a mudança das doações recebidas.
Por outro lado, algumas entidades como a Academia Americana de Pediatria e a Academia de Dietética e Nutrição recusaram os patrocínios em 2015, visando preservar sua neutralidade em questões de saúde pública. Entre 2011 e 2014, estima-se que a Coca-Cola tenha destinado cerca de seis milhões de dólares por ano a essas parcerias, enquanto a PepsiCo contribuiu com três milhões.
O pesquisador Daniel Aaron, da Universidade de Boston, sugere que o apoio financeiro das empresas de bebidas açucaradas deve ser investigado em nível global, pois pode impactar a luta contra doenças associadas ao consumo de açúcar.
Entre as organizações financiadas pela Coca-Cola, destaca-se a Save the Children, que até 2010 apoiava impostos sobre bebidas açucaradas. Após receber mais de cinco milhões de dólares, a ONG mudou de posição, embora afirme que a prioridade passou a ser a educação infantil, desvinculando a mudança das doações recebidas.
Por outro lado, algumas entidades como a Academia Americana de Pediatria e a Academia de Dietética e Nutrição recusaram os patrocínios em 2015, visando preservar sua neutralidade em questões de saúde pública. Entre 2011 e 2014, estima-se que a Coca-Cola tenha destinado cerca de seis milhões de dólares por ano a essas parcerias, enquanto a PepsiCo contribuiu com três milhões.
O pesquisador Daniel Aaron, da Universidade de Boston, sugere que o apoio financeiro das empresas de bebidas açucaradas deve ser investigado em nível global, pois pode impactar a luta contra doenças associadas ao consumo de açúcar.
No entanto, para Urrialde, diretor de nutrição da Coca-Cola, esses investimentos representam colaborações legítimas, promovendo transparência. Em última análise, a influência do patrocínio corporativo sobre a saúde pública permanece uma questão ética que exige mais estudos e atenção.