Parece que Elon Musk, proprietário da rede social X (anteriormente conhecida como Twitter), encontrou uma forma de contornar o bloqueio imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, liderado por Alexandre de Moraes. O bloqueio visava limitar o acesso à plataforma X no Brasil, em um cenário em que a liberdade de expressão e as decisões do STF têm sido amplamente debatidas.
Na madrugada de quarta-feira, 18 de setembro, o X voltou a operar no Brasil graças a uma mudança estratégica no seu sistema de hospedagem. Anteriormente, o X utilizava seus próprios servidores, cujos endereços de IP foram facilmente identificados e bloqueados pelas operadoras de internet brasileiras, seguindo ordens do STF (ilegais). Contudo, o X agora passou a utilizar a infraestrutura da Cloudflare, uma das maiores empresas do setor de cibersegurança e hospedagem de conteúdo do mundo.
Essa mudança de estrutura pode ser vista como uma jogada de mestre por Musk. Ao transferir o X para os servidores da Cloudflare, a rede social ganhou um novo "endereço" na internet, algo semelhante a mudar a placa de um veículo que estava sendo rastreado e bloqueado. O bloqueio que anteriormente se aplicava ao X tornou-se obsoleto, já que os endereços IP usados pelo Cloudflare não estavam na lista inicial de bloqueios.
Se bloquear a Cloudflare derrubaria todo o sistema do Brasil
O diretor de tecnologia da Sage Networks, Thiago Ayub, explicou que essa manobra complicou a tarefa do STF, da Anatel e das operadoras de internet brasileiras, pois bloquear a Cloudflare como um todo seria equivalente a um apagão digital. Isso porque muitos outros serviços e empresas dependem da Cloudflare para manter seus sites e serviços online. Um bloqueio abrangente traria um impacto significativo, prejudicando diversas plataformas que não têm qualquer relação com o X.
David Nemer, especialista em tecnologia, compartilhou uma visão similar, afirmando que o único meio eficiente para o bloqueio do X seria a própria Cloudflare impedir o acesso à plataforma. Contudo, a empresa não possui representação no Brasil, o que torna essa possibilidade remota.
A ação de Elon Musk, portanto, não foi apenas uma medida técnica, mas um movimento que expõe a dificuldade do controle digital em uma era onde a infraestrutura globalizada pode driblar bloqueios locais. O embate entre Musk e Alexandre de Moraes simboliza um dilema maior: até que ponto a liberdade de expressão pode ser restringida por decisões judiciais ilegais, e quais os limites para essas restrições em um ambiente digital globalizado?
Essa situação reacende o debate sobre o equilíbrio entre a regulação do espaço digital e a liberdade de expressão, especialmente quando figuras de alto poder, como Alexandre de Moraes, se veem desafiadas por tecnologias que fogem ao controle convencional.
Siga o canal Coletividade Evolutiva e receba as principais notícias no seu Telegram!
Entrar no TelegramNos Apoies Hoje