Durante anos, a National Autistic Society (NAS) e diversas organizações médicas tradicionais mantiveram uma visão pessimista sobre as opções de tratamento para os principais sintomas do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Afirmava-se que não existiam tratamentos eficazes para melhorar as condições daqueles que convivem com o TEA. No entanto, um corpo crescente de pesquisas científicas está desafiando e, em muitos casos, destruindo essa visão, trazendo novas esperanças para milhões de famílias ao redor do mundo.
Uma área de pesquisa que se destaca envolve o sulforafano, um composto natural encontrado em vegetais crucíferos, como o brócolis. Um estudo pioneiro, publicado em 2014 no Proceedings of the National Academy of Sciences USA, trouxe evidências surpreendentes sobre o potencial do sulforafano no tratamento do TEA.
Este estudo, intitulado "Tratamento com sulforafano do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)", envolveu 44 homens com TEA, com idades entre 13 e 27 anos, que foram submetidos a um tratamento de 18 semanas com extrato de broto de brócolis rico em sulforafano.
Os resultados foram impressionantes:
Os resultados foram impressionantes:
- 46% dos participantes apresentaram melhorias significativas nas interações sociais;
- 42% mostraram avanços significativos na comunicação verbal;
- Mais da metade dos participantes exibiu uma diminuição nos comportamentos anormais, incluindo irritabilidade, hiperatividade e movimentos repetitivos.
Esses achados desafiam diretamente a antiga crença de que não existem tratamentos para os principais sintomas do TEA. Além disso, o fato de o sulforafano ser um composto natural, não patenteado, o torna uma opção acessível e potencialmente viável para muitas famílias.
Como o Sulforafano Atua no TEA?
Os pesquisadores escolheram o sulforafano devido aos seus efeitos fisiológicos bem estabelecidos, que parecem abordar muitos dos problemas subjacentes ao TEA. Entre os efeitos positivos do sulforafano, destacam-se:
- Redução do estresse oxidativo e melhora da capacidade antioxidante;
- Aumento da síntese de glutationa;
- Melhoria da função mitocondrial e da fosforilação oxidativa;
- Diminuição da peroxidação lipídica;
Redução da neuroinflamação.
Essa abordagem multifacetada pode explicar a eficácia do sulforafano em comparação com as intervenções farmacêuticas mais direcionadas, que muitas vezes focam apenas em sintomas específicos.
O sulforafano é apenas uma das várias substâncias naturais que mostram potencial no tratamento do TEA. A plataforma GreenMedInfo.com indexou pesquisas da National Library of Medicine sobre mais de 30 substâncias naturais que podem desempenhar um papel importante na melhora dos sintomas do TEA. Entre essas intervenções, destacam-se:
- Suplementação de ácidos graxos ômega-3;
- Suplementação de vitamina D;
- Probióticos e intervenções para a saúde intestinal;
Dietas sem glúten e sem caseína.
A existência e os resultados positivos dessas pesquisas levantam questões sobre a posição de organizações como a NAS, que continuam a afirmar a ausência de tratamentos eficazes para o TEA. Possíveis razões para essa resistência incluem um viés em favor de soluções farmacêuticas, resistência a mudanças de paradigma e a falta de estudos em larga escala sobre essas intervenções naturais.
O estudo do sulforafano, assim como outros semelhantes, demonstra que existem abordagens naturais baseadas em evidências que podem ser eficazes no tratamento do TEA. É crucial que a comunidade médica mantenha uma mente aberta e continue a explorar todos os caminhos possíveis para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com TEA.
Para as famílias afetadas pelo autismo, essa pesquisa oferece uma nova esperança e abre portas para opções de tratamento que podem ser exploradas sob a orientação de profissionais de saúde. Ao mesmo tempo, serve como um lembrete de que a sabedoria convencional na medicina deve estar sempre aberta a desafios e revisões com base em evidências científicas emergentes.
Conforme avançamos, é essencial que organizações como a NAS e outros grupos de defesa do autismo estejam dispostos a atualizar suas posições à luz das melhores evidências disponíveis. Somente assim podemos garantir que os indivíduos com TEA tenham acesso a todos os tratamentos potencialmente benéficos, sejam eles oriundos de laboratórios farmacêuticos ou da farmácia da natureza.
Como bem colocou o Dr. Andrew Zimmerman, principal pesquisador do estudo do sulforafano: "Acreditamos que esta pode ser uma evidência preliminar para o primeiro tratamento para o autismo que melhora os sintomas, aparentemente corrigindo alguns dos problemas celulares subjacentes". É hora de a comunidade médica abraçar essas descobertas e trabalhar em direção a uma abordagem mais holística e integrativa para o tratamento do autismo.
