Todo mundo tem uma noção do que significa TPM. O que poucos sabem, porém, é que a temida tensão pré-menstrual não é mais chamada assim por especialistas. Classificada como uma doença psiquiátrica em sua forma mais grave, os clássicos sintomas de descontrole emocional que antecedem a menstruação são conhecidos agora como síndrome pré-menstrual.
O nome TPM pegou, porém, oficialmente, é síndrome pré-menstrual. Às vezes, os transtornos podem ser tão grandes que, hoje, há uma classificação dentro das doenças psiquiátricas. Neste caso, a denominamos disforia pré-menstrual — explica o Dr. Ricardo Vasconcelos, diretor da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro.
Embora a TPM seja uma síndrome de origem hormonal que altera o humor, quem ainda dá as cartas sobre o tratamento é o ginecologista. Portanto, a recomendação é que a mulher o procure caso perceba uma mudança drástica de comportamento nos dias que antecedem — que podem variar de sete a dez — a menstrução.
Antigamente, a síndrome pré-menstrual era catalogada em cinco tipos: A (de ansiedade), D (de depressão), H (de hidratação), O (outros sintomas), C (compulsão alimentar). No entanto, a qualificação caiu em desuso.
O aumento da progesterona e a leve queda do estrogênio são os responsáveis por causar a variada lista de reações indesejadas pelas mulheres uma vez ao mês. Dentre eles estão a maior irritabilidade, a melancolia, a retenção de líquido, a sensibilidade nas mamas, a compulsão alimentícia, o inchaço, as cólicas e os enjoos.
Durante este período, mudanças físicas e psicológicas acontecem, em diferentes intensidades, o organismo das mulheres. Muitas vezes tratada como “frescura”, o tema ainda é muito controverso.
De acordo com a ginecologista e obstetra, Dra. Érica Mantelli, a TPM não só existe, como atinge sete em cada dez mulheres. “São mais de 200 sintomas e 90% das mulheres podem apresentar ou manifestar pelo menos um deles. Alterações de humor, entre irritabilidade, agressividade e choro fácil, além de sonolência, insônia, aumento ou diminuição do apetite e inchaço, são os mais comuns”, explica.
A médica reforça que o tempo de duração da TPM varia de 7 a 10 dias antes da menstruação, e segue até o fim dela. Todavia, se a mulher apresentar os sintomas frequentemente após o término, possivelmente é um problema mais sério e o recomendável é buscar ajuda. Além disso, muitos desconfiam que a libido diminui durante este tempo, mas essa informação não procede. Quando ocorrem as oscilações de humor, a mulher pode ficar com a autoestima baixa e, desse modo, sentir-se irritada, o que ocasiona menos vontade para as relações sexuais”, comenta a especialista.
O uso excessivo de bebidas alcoólicas podem intensificar em até 80% os sintomas durante o período pré-menstrual. No entanto, a TPM tem tratamento. “A tensão pré-menstrual pode atingir graus mais severos e isso pode comprometer a qualidade de vida, o ambiente familiar, social e profissional. Em alguns casos mais graves, a TPM é tratada com medicamentos. Já nos casos mais simples, é tratada com uma rotina de atividades físicas e uma boa alimentação. Isso ameniza bastante os sintomas”, completa Érica.
Fontes:
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